sábado, 13 de junho de 2009

Emprego de cobrador era só fachada

O salário do suspeito não sustentaria as festas e carro de luxo

O cobrador de ônibus Clésio da Silva, 21 anos, de São José, na Grande Florianópolis, gostava da vida agitada. As festas eram constantes no salão do residencial em que morava, no Bairro Areias, assim como o entra e sai de pessoas no seu apartamento. O rapaz também ostentava um luxuoso Audi A3.

Na quarta-feira, policiais civis da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreenderam 30 petecas de cocaína em seu apartamento, no residencial Ilhas do Norte, uma balança digital, R$ 550 em dinheiro e o Audi. Clésio foi preso em flagrante por tráfico de drogas e está na carceragem da Deic, na Capital. A polícia o aponta como fornecedor de cocaína para jovens de classe média e alta daquela região.

O delegado da Deic, Alexandre Kale, afirma que o emprego de Clésio era de fachada, ou seja, a vida que levava era incompatível com o salário de cobrador de ônibus.

– Temos provas de que está envolvido com o tráfico de cocaína que fazia no local em que morava, embora ele alegue que a droga não era sua – disse.

Segundo a Deic, Clésio trabalhava havia um ano e meio na empresa Emflotur, de Biguaçu, cumpria horário normal e não há informações que atuasse com a atividade ilícita durante o expediente de trabalho.

– O envolvimento era por telefone quando estava em casa e dezenas de pessoas o procuravam – comentou o delegado Kale.

Homem foi monitorado 30 dias por agentes

A Deic o monitorou por 30 dias. Com um mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Alexandre Murilo Schramm, de São José, a polícia entrou no apartamento que morava, na Rua Adão Manoel da Silva, e encontrou a cocaína.

O que mais chamou a atenção da polícia, nas últimas semanas, teria sido a festa de seu aniversário. Ele alugou dois salões de festa para a comemoração, no feriado de 21 de abril. O Audi comprado por Clésio está avaliado em mais de R$ 50 mil e, mesmo que o estivesse pagando de forma parcelada, a polícia não acredita que seria possível com a renda mensal da função de cobrador. Clésio da Silva negou em depoimento que fosse o responsável pela droga ou que tivesse ligação com o tráfico. Ele deverá ser transferido par o presídio nos próximos dias. A reportagem não conseguiu contatar o seu advogado.

diogo.vargas@diario.com.br

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